quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Highlander 2 - A Ressurreição

Título no Brasil: Highlander 2 - A Ressurreição
Título Original: Highlander II - The Quickening
Ano de Produção: 1991
País: Inglaterra, França
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Russell Mulcahy
Roteiro: Gregory Widen, Brian Clemens
Elenco: Christopher Lambert, Sean Connery, Virginia Madsen, Michael Ironside, Allan Rich, Phillip Brock

Sinopse:
O ano é 2024. A humanidade vive protegida embaixo de um escudo atmosférico vermelho, necessário após o fim da camada de Ozônio. O Imortal MacLeod (Lambert) vive nesse futuro escuro e sombrio. Até que um dia novos imortais surgem para desafiá-lo em duelos de espadas pelas ruas de sua cidade. Agora ele terá que vencer os combates, ao mesmo tempo em que tentará salvar o que restou do planeta.

Comentários:
Tinha tudo para ser um bom filme. O diretor Russell Mulcahy aceitou o convite para dirigir essa primeira sequência e até Sean Connery embarcou no projeto. O problema é que esqueceram de escrever um bom roteiro. A ideia de colocar o Highlander MacLeod em um futuro distópico foi muito, muito ruim. O roteiro absorveu paranoias ecológicas da época, como o fim da camada de ozônio, o que destruiu completamente seu visual. Aquela camada vermelha na atmosfera hoje em dia soa não apenas datada, como bem ridícula. O roteiro também apresenta coisas completamente forçadas, que não fazem o menor sentido. O personagem de Sean Connery, por exemplo, foi decapitado no filme anterior, ficando 500 anos morto. Aqui ele ressurge, sem maiores explicações. No máximo ele diz rapidamente que está agradecido a "magia". Que magia foi essa? Aliás praticamente todas as cenas com Connery são desperdiçadas. Ele retorna, faz uma ou duas piadinhas, como na cena da viagem de avião e depois na loja de roupas, em cenas de alívio cômico, e depois de poucos momentos marcantes simplesmente desaparece novamente. Sim, Connery deveria voltar, mais em bem elaboradas cenas de flashback, do passado, mas não nessas sequências sem graça e sem propósito. Para não dizer que o filme é todo ruim, pelo menos duas coisas se salvam. A boa direção de fotografia, resultando em belas cenas lembrando "Blade Runner" e o vilão interpretado por Michael Ironside. Fora isso, o filme afunda com suas bobagens, com sua mensagem ecológica chata e com os efeitos especiais, que envelheceram demais nesses anos todos. Enfim, um conceito muito legal com a mitologia dos imortais, personagens bacanas, que acabaram destruídos por um roteiro muito ruim.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

A Firma

Título no Brasil: A Firma
Título Original: The Firm
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: David Rabe, baseado na obra de John Grisham 
Elenco: Tom Cruise, Jeanne Tripplehorn, Gene Hackman

Sinopse:
Mitch McDeere (Tom Cruise) é um jovem advogado que parece encontrar a grande chance de sua carreira, ao ser admitido em uma das melhores e mais conhecidas firmas de advocacia dos Estados Unidos. O que ele não desconfia é que tudo se trata de uma mera fachada para lavagem de dinheiro de criminosos internacionais. Após a morte de dois sócios da firma, McDeere precisa decidir o que irá fazer, cair fora do negócio, correndo o risco de ser morto também ou se tornar informante do FBI, algo que também não será muito fácil de realizar.

Comentários:
Cruise se une ao escritor de best sellers John Grisham e ao consagrado cineasta Sydney Pollack para levar o livro de sucesso aos cinemas. Interpretando um jovem advogado que se vê envolto numa teia de mentiras e conspirações, Tom Cruise conseguiu mais um êxito comercial em sua carreira. Embora tenha feito sucesso nas bilheterias, o filme também tem seus problemas - é frio e distante demais, não conseguindo criar um bom vínculo com o público. Por essa época Cruise ainda estava em busca de seu Oscar, mas não conseguiu arrancar uma indicação por seu trabalho que passou em brancas nuvens pela Academia. As duas únicas indicações do filme - Holly Hunter como melhor atriz coadjuvante e Dave Grusin na categoria Melhor Trilha Sonora Original - não foram consideradas favoritas aos prêmios e não trouxeram nenhuma estatueta ao filme. Situações como essa talvez explique o fato de Cruise ter desistido de concorrer ao prêmio de Melhor Ator no Oscar. Hoje em dia o astro está mais preocupado mesmo em garantir polpudas bilheterias e não mais reconhecimento da crítica. Seus trabalhos mais recentes são blockbusters realizados para gerar muito dinheiro, mas poucos elogios dos especialistas em cinema. Pelo visto o que realmente importa para Cruise hoje em dia é se manter como um nome quente e popular em Hollywood, deixando o reconhecimento por seu trabalho como algo de menor importância, em segundo plano. Curiosamente "A Firma" acabaria virando série de TV muitos anos depois, em 2012. Infelizmente o seriado não faria sucesso, sendo cancelado após a exibição de poucos episódios.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de setembro de 2024

Dança Com Lobos

Dança Com Lobos
“Dança Com Lobos” foi um grande vencedor dos prêmios da Academia em seu ano de lançamento. Foi premiado com os Oscars de Melhor Filme, Fotografia, Direção, Edição, Trilha Sonora, Som e Roteiro Adaptado. Além disso acabou se tornando sucesso absoluto de público e crítica. A verdade pura e simples é que Dança com Lobos é realmente uma grande produção, que até hoje sempre é relembrada e citada com frequência demonstrando que também venceu o teste do tempo. 

O filme narra a história do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado, bem próximo do território onde vive a comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco, ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos. O enredo foi baseado na novela de Michael Blake (que também assina o roteiro). 

A produção mistura diversos elementos, desde os mitos dos antigos filmes de western até uma visão mais moderna que enfoca o papel do índio americano na conquista do oeste de uma forma diferenciada (e mais justa). No fundo “Dança com Lobos” retrata uma dos mais sangrentos choques de civilizações da história. A luta entre a sobrevivência das nações indígenas em face do avanço do homem branco pelas pradarias indomáveis de outrora. A tecnologia versus a tradição, o apogeu e o ocaso de civilizações em conflito.

Kevin Costner acertou em cheio na sua visão. Havia todo um clima de revisionismo histórico quando o filme foi lançado. Os povos indígenas, quase sempre retratados como selvagens e bárbaros nos antigos filmes de faroeste aqui ganham uma nova postura dentro do cinema americano. Seu lado mais humano foi levado ao centro da questão. Durante a produção muito se falou de falta de experiência de Kevin Costner para dirigir o filme. De fato ele não tinha nenhuma experiência anterior. Porém como ele estava no auge de sua carreira e popularidade o estúdio resolveu arriscar. Tentativas de intervenção foram feitas nas filmagens mas em vão. O que não contavam é que Costner tinha muita personalidade, não abrindo mão de sua visão criativa em nenhum momento.

Ele certamente acertou pois fez uma obra grandiosa, sem concessões, calcada na velha escola dos grandes clássicos do passado. Fotografia grandiosa, trilha sonora evocativa e muitas tomadas de extremo bom gosto fizeram o diferencial. Costner conseguiu realizar o filme de acordo com o que desejava. O curioso é que essa mesma teimosia acabaria levando Costner ao outro lado da moeda anos depois quando amargou o fracasso de “Waterworld”, superprodução que se revelou desastrosa em termos de público e crítica. De qualquer modo após passar alguns anos em baixa Costner ressurgiu no faroeste em 2012 com “Hatfields and McCoys”, um grande sucesso televisivo nos EUA. A série provou que a ligação de Kevin Costner com os filmes de western é forte e duradoura. Seu ápice surgiu justamente aqui em “Dança com Lobos”. Se não conhece ou não assistiu ainda, não perca mais tempo pois é um produção do tipo que não se faz mais. Simplesmente Imperdível.

Dança Com Lobos (Dances With Wolves, Estados Unidos, 1990) Direção: Kevin Costner / Roteiro: Michael Blake / Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene / Sinopse: O filme narra a estória do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado bem próximo da comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos.

Pablo Aluísio.


domingo, 1 de setembro de 2024

Maratona da Morte

Título no Brasil: Maratona da Morte
Título Original: Marathon Man
Ano de Lançamento: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Schlesinger
Roteiro: William Goldman
Elenco: Dustin Hoffman, Laurence Olivier, Roy Scheider, William Devane, Marthe Keller, Fritz Weaver

Sinopse:
Thomas 'Babe' Levy (Dustin Hoffman) é um jovem universitário comum do curso de história que adora esportes e se prepara para disputar uma maratona. Sua vida vira ao avesso depois que ele descobre que está envolvido, de forma completamente involuntária, em uma grande conspiração internacional de espionagem envolvendo inclusive nazistas, criminosos de guerra. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante (Laurence Olivier).

Comentários:
Quando fez esse filme o ator Dustin Hoffman estava no auge de sua carreira do cinema. Ao lado de Al Pacino e Robert De Niro ele era considerado um dos grandes nomes da nova geração de atores em Hollywood. O interessante é que todos eles pareciam homens comuns, nada semelhantes aos grandes galãs do passado. Um claro sinal do realismo que o cinema norte-americano abraçou na década de 1970. E isso definitivamente era muito bom. Esse filme assim tenta mostrar o lado da espionagem internacional que abalava a vida das pessoas normais, que não estavam envolvidas diretamente nesse meio de espiões, segredos de Estado, etc. E nesse aspecto o filme realmente funcionava muito bem. O tema iria seguir em frente, mas esse pode ser considerado um dos filmes pioneiros nessa temática. Tem bom ritmo e o roteiro lida muito bem com o suspense envolvido em toda a situação. Também vale destacar o trabalho do veterano Laurence Olivier, naquele que pode ser considerado o seu último grande papel no cinema. Enfim, está mais do que recomendada essa pequena obra-prima dos anos 70. 

Pablo Aluísio.