segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

O Senhor dos Anéis - As Duas Torres

Eu considero esse o melhor filme da trilogia "O Senhor dos Anéis". Os motivos para isso são muitos. Primeiro de tudo é que aqui já não houve mais a necessidade de se apresentar os diversos personagens da obra de J.R.R. Tolkien, algo que tornou o primeiro filme meio burocrático. Também não se tem a sensação de lenga-lenga, de encheção de linguiça, que vimos no primeiro filme. Se me lembro bem o filme anterior perdia muito tempo para não contar estória nenhuma, fazendo com que tudo se arrastasse em demasia, principalmente nos 45 minutos finais que se tornaram um exercício de paciência digno de um monge tibetano. Aqui não, nada disso acontece. Há um melhor desenvolvimento dos hobbits, ao mesmo tempo em que se mostram as cartas dos vilões, os antagonistas, que acabaram (quase) roubando o filme dos protagonistas, que com seu excesso de bondadismo poderiam colocar tudo a perder.

Outro aspecto digno de nota vem das inúmeras e excelentes cenas de batalha campal. O diretor  Peter Jackson teve receios do filme ficar com cara de videogame, algo que aconteceu bastante em outras produções que exageram na computação gráfica. Em momentos pontuais isso realmente aconteceu, temos que admitir, mas não foi a regra geral. Considero todas as cenas muito bem feitas, o que foi fruto do uso do que havia de melhor no mercado em termos de efeitos digitais de última geração. Grande parte do orçamento de 94 milhões de dólares aliás foi usado justamente para pagar por esses efeitos especiais. Para os padrões atuais o orçamento desse segundo filme nem foi algo fabuloso, de impressionar. Poderíamos dizer que foi apenas mediano, o que não atrapalhou em nada o resultado final. Sucesso de público e crítica, o filme conseguiu até mesmo arrancar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme do ano, o que achei um certo exagero na época. Até porque todas as demais indicações eram apenas técnicas. Não venceu, mas acabou trazendo pela primeira vez um grande prestígio por parte da Academia para esse tipo de produção de fantasia.

O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, Estados Unidos, 2002) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair e Peter Jackson. baseados na obra imortal de J.R.R. Tolkien  / Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Billy Boyd, Christopher Lee, Sean Bean, Andy Serkis / Sinopse: Frodo e seus companheiros continuam na sua jornada para destruir o anel. Durante a viagem descobrem que estão sendo perseguidos por uma estranha criatura obcecada pelo objeto. Ele se apresenta como Gollum, antigo possuidor da joia, alguém corroído pela ganância e pela sede do poder do anel. Enquanto isso Aragorn,  Legolas e Gimli chegam no Reino do Rohan, onde o Rei está amaldiçoado pelo maléfico Saruman. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Harry Potter e a Câmara Secreta

Eu nunca li um livro de Harry Potter. Quando eles chegaram no mercado eu já tinha passado da idade certa para curti-los. São livros escritos especialmente para os públicos infantil e pré-adolescente. Mesmo assim quando a coleção escrita por J.K. Rowling começou a ser adaptada pelo cinema fiz questão de conferir todos os filmes. Queria ao menos conhecer esse universo de fantasia que havia feito tanto sucesso nas livrarias. De maneira em geral gostei de todos os filmes. Tenho certas críticas a fazer aos dois últimos, que foram produzidos em dobro apenas para faturar mais em cima das bilheterias. O enredo caberia perfeitamente em apenas um filme, mas a ganância do estúdio falou mais alto. Esse aqui intitulado "Harry Potter e a Câmara Secreta" é o segundo filme da série cinematográfica, novamente dirigido por Chris Columbus, que uma vez tendo dirigido esse filme largou a franquia.

Esses primeiros filmes de Harry Potter para o cinema são os melhores. Os atores ainda eram quase crianças (entrando na prè adolescência) e por isso uma certa magia é preservada nas produções. Claro que em termos de produção não há nada a reclamar. Como uma franquia milionária, Harry Potter teve tudo do melhor em termos de efeitos especiais, figurinos, cenários, direção de arte, etc. É um universo com muitas possibilidades (tanto que já deu origem a uma nova franquia inaugurada recentemente com o sucesso de "Animais Fantásticos e onde Habitam"). Confesso que hoje em dia, passado tanto tempo (lá se vão quinze anos de sua estreia no cinema!), já não me recordo exatamente de cada filme com exatidão detalhista, afinal os assisti apenas uma vez no cinema, na época de seus lançamentos originais. Mesmo assim não seria nada penoso rever essas produções. São filmes que funcionam bem, para todas as idades.

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Estados Unidos, 2002) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Kenneth Branagh, Alan Rickman, Richard Harris, Maggie Smith, John Cleese / Sinopse: Após péssimas férias na casa de seus tios, o jovem Harry Potter se prepara para o segundo ano em Hogwarts, a famosa escola de magia. Tudo vai indo bem até que ele recebe a visita de uma estranha criatura, que lhe avisa para não voltar pois coisas sinistras estão prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Sorte no Amor

Depois do sucesso em “Os Intocáveis” o ator Kevin Costner se tornou o astro mais quente em Hollywood. Vários papéis em filmes de destaque lhe foram oferecidos nesse período mas ele os recusou em série. Na verdade Costner queria algo menos pretensioso, um filme pequeno, menor, mas com bom roteiro. Curiosamente ele voltaria ao tema do beisebol (que iria explorar mais uma vez na carreira em “Campo dos Sonhos”). O filme “Sorte no Amor” é exatamente isso. Uma comédia romântica sem qualquer pretensão, ambientada no mundo do beisebol. Na verdade era um projeto bem pessoal do casal Susan Sarandon e Tim Robbins que começou bem pequeno mas que ganhou ares de grande produção com a entrada de Costner no projeto. O filme narra a chegada de um jogador veterano, Crash Davis (Kevin Costner), em uma pequena cidade da Carolina do Norte para integrar o modesto time local. Lá ele entra em contato com Annie (Susan Sarandon) uma grande fã do esporte que logo se sente atraída pelo novo membro da equipe. A partir daí já sabemos de antemão o que vai acontecer.

O roteiro brinca com a mitologia de um dos esportes mais queridos dos americanos, fazendo uma ponte entre o sentimento religioso do povo americano com a paixão de alguns devotam pelo beisebol. Kevin Costner está completamente à vontade no papel. Esse de fato foi seu primeiro filme nesse estilo, onde ele basicamente interpretava um personagem galã e bonitão. Com figurino estilizado o ator realmente surpreende e se dá muito bem com sua parceira em cena, Susan Sarandon, aqui investindo sem pudores em seu lado mais sensual. A fita foi extremamente barata (orçamento de meros sete milhões de dólares) e rendeu mais de 50 milhões no mercado interno, um ótimo resultado. Tudo fruto do crescente interesse do público americano pelo ator Kevin Costner. O bom resultado garantiu inclusive o lançamento da película nos cinemas brasileiros, algo raro de acontecer em filmes sobre beisebol pois o público brasileiro sempre pareceu ter aversão a produções sobre esse esporte. Mas não se preocupe sobre isso. Quem não entende nada do beisebol pode ficar tranqüilo pois ele aqui funciona apenas como pano de fundo. O tema central é realmente o relacionamento entre os personagens principais. Como romance o filme se sai muito bem e por isso deixo a recomendação. “Sorte no Amor”, uma bela produção da década de 80 com Kevin Costner no auge de sua popularidade.

Sorte no Amor (Bull Durham, Estados Unidos, 1988) Direção: Ron Shelton / Roteiro: Ron Shelton / Elenco: Kevin Costner, Susan Sarandon, Tim Robbins / Sinopse: jogador veterano chega em pequena cidadezinha da Carolina do Norte para participar da modesta equipe local de beisebol. De quebra acaba se apaixonando por uma fã do esporte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Todos os Homens do Presidente

Já que estamos vivendo mais um momento de grandes escândalos políticos envolvendo altos figurões do governo brasileiro que tal relembrar esse grande filme de temática levemente parecida? “Todos os Homens do Presidente” retrata os bastidores do chamado caso Watergate, um dos maiores escândalos políticos da história dos Estados Unidos que chegou a custar a presidência do governo Nixon. Encurralado e desmascarado por dois grandes jornalistas do Washington Post que foram a fundo em suas investigações, Nixon não encontrou outra saída e decidiu renunciar ao seu mandato em razão das enormes pressões envolvidas. E o que foi o Watergate? Simplesmente uma tática ilegal promovida pelo Partido Republicano para espionar as estratégias do Partido Democrata antes das eleições. Watergate era o prédio onde funcionava um dos escritórios centrais dos democratas e ele foi invadido na calada da noite pela liderança Republicana. O fato, considerado gravíssimo, colocou por terra o prestigio do Presidente Nixon que se vendo envolvido em um ato criminoso como esse acabou perdendo a presidência do país. Claro que se formos comparar com os nossos escândalos tupiniquins como Mensalão e outros absurdos, Watergate pode soar pueril, quase infantil pois aqui abaixo do Equador a coisa é bem mais barra pesada. De qualquer modo o filme, feito em tom semi-documental, mostra de forma até didática o trabalho desses dois jornalistas que desvendaram toda a história.

Outro aspecto interessante de toda essa história foi a participação de um misterioso personagem que serviu como fonte para os jornalistas. Usando do pseudônimo de “Garganta Profunda” ele passou valiosas informações que se revelaram verdadeiras conforme as investigações seguiam em frente. Os personagens principais do filme, os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do Post, são interpretados pelos grandes atores Robert Redford e Dustin Hoffman, respectivamente. Ambos lidam com um material mais intelectual, sem arroubos de ação ou algo do tipo. Suas atuações são sutis, programadas para envolver o espectador e no final se revelam extremamente bem realizadas. Redford no auge da carreira esbanja elegância e fibra. Hoffman não fica atrás. O filme foi dirigido por Alan J. Pakula, um militante do cinema mais socialmente engajado do ponto de vista político. Ele já tinha obtido ótimas críticas pelo seu filme anterior, “A Trama”, e manteve a excelência artística aqui também. Um diretor bastante autoral que em mais de uma dezena de filmes procurou sempre desenvolver grandes teses em tramas complexas e bem desenvolvidas, sempre mostrando o lado mais sórdido da vida política de seu país. Sem dúvida esse “Todos os Homens do Presidente” foi seu maior trabalho, sua obra prima, e que lhe trouxe maior reconhecimento. O sucesso tanto de crítica como de público lhe valeu a indicação de oito Oscars, perdendo injustamente o prêmio de melhor filme para “Rocky um Lutador”. Pelo menos acabou vencendo ainda em categorias importantes como Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante (Jason Robards), Em conclusão aqui está uma das melhores produções de Hollywood sobre tema político. Um filme que traz para debate a importância da imprensa livre em um Estado democrático de Direito. Especialmente recomendado para estudantes de jornalismo e jornalistas em geral. Para esses realmente é um filme obrigatório pois discute ética na política e o papel da imprensa nesse processo de forma impecável.

Todos os Homens do Presidente (All the President's Men, Estados Unidos, 1976) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro: William Goldman baseado no livro de Carl Bernstein e Bob Woodward / Elenco: Robert Redford, Dustin Hoffman, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards / Sinopse: "Todos os Homens do Presidente" mostra os bastidores do caso Watergate que levaria o Presidente americano Richard Nixo à renúncia.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de janeiro de 2024

Nosso Amor de Ontem

Título no Brasil: Nosso Amor de Ontem
Título Original: The Way We Were
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Arthur Laurents, Francis Ford Coppola
Elenco: Robert Redford, Barbra Streisand, Bradford Dillman, Patrick O'Neal, Murray Hamilton, Diana Ewing

Sinopse:
Dois jovens se conhecem na universidade e no começo não se dão muito bem. Ela é uma universitária ativista, muito ligada em política, enquanto ele é um cara bonitão, atleta e ligado em esportes. Ainda assim após um tempo começam a namorar. E depois de alguns anos na marinha ele retorna, tempos depois, para tentar reconstruir aquele belo relacionamento. 

Comentários:
Um filme romântico com aquele estilo dos velhos tempos. A publicidade dessa produção na época se baseou muito na união, pela primeira vez no cinema, de Robert Redford e Barbra Streisand, Duas pessoas bem diferentes. Ela era a preferida da crítica, representante jovem da classe artística judaica de Nova Iorque em Hollywood. Redford era o golden boy da indústria, um galã muito popular, o representante máximo do estilo dos antigos galãs made in USA. Curiosamente, embora tão diferentes em estilos, funcionaram perfeitamente no filme. Há química real nesse casal em cada cena. A trilha sonora também é muito boa, obviamente tendo a música tema do filme sendo cantada pela própria Barbra Streisand. Alguns dizem que o filme ficou com um estilo um pouco pesado demais, um dramalhão romântico um pouco fora do tom. Não penso assim. Assisti e apreciei o estilo do filme, sem dúvida um belo momento nas carreiras dessas duas grandes estrelas da história do cinema norte-americano. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Nas Montanhas dos Gorilas

Ao longo dos anos a consciência ecológica contou com a preciosa ajuda de centenas de heróis anônimos que lutaram ao seu modo pela preservação das espécies, muitas vezes em locais longínquos e de complicado acesso. Muitos desses cientistas, especialistas e ecologistas acabaram pagando um preço alto por tentar manter a preservação do meio ambiente para as futuras gerações. Uma das histórias mais tocantes nesse sentido é a da vida da pesquisadora ambientalista Dian Fossey (Sigourney Weaver). Uma mulher destemida, corajosa e ousada que dedicou sua vida para a preservação dos gorilas que vivem em montanhas isoladas de Ruanda, na África. Mesmo vivendo em regiões isoladas de difícil acesso, os gorilas eram cobiçados por caçadores da região que viam neles uma fonte de renda fantástica pelo alto preço que tais animais conseguiam alcançar no mercado negro. Fora isso havia também a matança indiscriminada, patrocinada por fazendeiros da região, preocupados com a expansão de seus próprios negócios.

O cenário é a África, esse continente tão esquecido e empobrecido, geralmente assolado por guerras civis e tribais que não fazem o menor sentido para os que não nasceram naqueles locais. “Nas Montanhas dos Gorilas” é uma produção muito bem intencionada, que conscientiza sobre o meio ambiente e que conta com uma das melhores atuações da carreira da atriz Sigourney Weaver. Aqui ela deixa os blockbusters de lado para contar a história real da pesquisadora Dian Fossey, em um roteiro muito bem escrito e trabalhado. Sua atuação foi devidamente reconhecida e ela foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz. O filme, como não poderia deixar de ser, foi de complicada produção. Em busca de uma melhor veracidade a equipe e o elenco subiram nas mesmas montanhas que Fossey desenvolveu seu trabalho, todas localizadas em regiões inóspitas. Assim todos que estavam envolvidos no filme acabaram enfrentando o mesmo clima hostil e as mesmas adversidades que Fossey teve que enfrentar. Mesmo assim valeu o esforço. O espectador sai da sessão sabendo um pouco mais dessa incrível personagem e sua luta em favor dos primatas. Afinal cinema não é apenas diversão mas também um excelente meio e instrumento de conscientização social. Dentro desse aspecto o filme se sai maravilhosamente bem. Dá novamente voz e espaço para essa grande pessoa que foi atrás de seus ideais de preservação, mesmo tendo que lutar arduamente para isso.

Nas Montanhas dos Gorilas (Gorillas in the Mist: The Story of Dian Fossey, Estados Unidos, 1988) Direção: Michael Apted / Roteiro: Harold T.P. Hayes, baseado nos escritos de Dian Fossey / Elenco: Sigourney Weaver, Bryan Brown, Julie Harris / Sinopse: Cinebiografia da pesquisadora e ambientalista Dian Fossey (1932 – 1985) que dedicou sua vida à preservação dos gorilas das montanhas de Ruanda. Filme indicado a cinco Oscars: Melhor Atriz (Sigourney Weaver), Edição, Trilha Sonora, Roteiro e Som.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Tess - Uma Lição de Vida

Um filme de Roman Polanski  que hoje em dia já não é mais tão lembrado. Uma pena pois é um dos meus preferidos da safra do diretor. O enredo mostra a vida da jovem Tess (Nastassja Kinski), uma camponesa, extremamente humilde, mas igualmente linda! Seu pai é um sujeito ganancioso que descobre pertencer a uma linhagem familiar de nobres. Embora ele seja extremamente pobre, resolve explorar esse grau de parentesco para subir na vida. Seu grande trunfo é sua própria filha, na idade de casar e arranjar um pretendente. Assim Tess acaba virando uma moeda de troca na ascensão social, indo parar nas mãos de homens de gestos e atitudes pouco nobres.

O que mais é interessante nesse roteiro é o fato de explorar a fragilidade do papel de uma mulher, principalmente quando se é bela, mas sem condições financeiras ou materiais. A vulnerabilidade de Tess nesse sentido fica logo evidente. Por outro lado o diretor Polanski, que escreveu o roteiro, procura fugir do lugar comum, colocando aspectos mais humanos em todos os personagens. Os "vilões" também possuem qualidades, assim como a "mocinha" Tess também apresenta sentimentos vis e nada condizentes com as heroínas idealizadas de outros romances. Por falar em Tess o grande atrativo desse filme segue sendo a presença da atriz Nastassja Kinski. Quando o filme foi realizado ela ainda era bem jovem e estava lindíssima, no auge de sua beleza. Em minha opinião ela sempre transpareceu uma sensualidade natural, muito erótica, sem a necessidade para apelar para cenas mais ousadas. Tanto isso é verdade que Polanski conseguiu dela uma atuação muito sedutora, sem nunca apelar para a vulgaridade.

Tess - Uma Lição de Vida (Tess, França, Inglaterra, 1979) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Gérard Brach, Roman Polanski / Elenco: Nastassja Kinski, Peter Firth, Leigh Lawson / Sinopse: Tess (Kinski) é uma jovem camponesa, extremamente bonita e naturalmente sensual, que acaba virando alvo da sedução de homens que desejam lhe explorar. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Geoffrey Unsworth, Ghislain Cloquet), Melhor Direção de Arte (Pierre Guffroy, Jack Stephens) e Melhor Figurino (Anthony Powell). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Direção e Música Original (Philippe Sarde).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Chinatown

Título no Brasil: Chinatown
Título Original: Chinatown
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Robert Towne
Elenco: Jack Nicholson, Faye Dunaway, John Huston, Perry Lopez, John Hillerman, Darrell Zwerling

Sinopse:

Década de 1940. O detetive particular J.J. Gittes (Jack Nicholson) é contratado para resolver mais um caso de rotina em sua profissão, mas que na verdade esconde uma imensa rede de crimes, mortes e corrupção entre as altas esferas do poder. Filme premiado com o Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Robert Towne).

Comentários:
Recentemente um grupo de renomados críticos de cinema dos Estados Unidos elegeu esse filme como o segundo melhor dos anos 70, ficando atrás apenas de "O Poderoso Chefão". De fato é um clássico do cinema, um dos melhores trabalhos da carreira de Jack Nicholson, aqui sendo dirigido pelo mestre Roman Polanski. O interessante é que a ideia do diretor era apenas homenagear os antigos filmes de detetives dos anos 40. Aqueles com roteiros intrigados, mulheres fatais e protagonistas que eram acima de tudo anti-heróis. O cinema noir foi uma grande fonte de inspiração para Polanski. Assim temos um filme dos anos 70 com todo o estilo dos velhos filmes de Humphrey Bogart. O roteirista Robert Towne foi muito feliz nesse aspecto porque esses filmes sempre tinham um ponto de partida banal que aos poucos ia se tornando cada vez mais complexos até que o personagem principal (geralmente um detetive particular decadente) se via envolvido numa teia enorme de crimes e corrupção, envolvendo até mesmo altas figuras da política. Jack Nicholson está perfeito como J.J. Gittes. Poderia ser um papel para Bogart, mas com o bom e velho Jack tudo fica muito bem caracterizado. Enfim, se ainda não assistiu a essa joia cinematográfica não vá mais perder seu tempo. Corra atrás que é um filme essencial e obrigatório para cinéfilos em geral. Uma verdadeira obra prima cinematográfica.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Um Momento, Uma Vida

Título no Brasil: Um Momento, Uma Vida
Título Original: Bobby Deerfield
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Erich Maria Remarque, Alvin Sargent
Elenco: Al Pacino, Marthe Keller, Anny Duperey

Sinopse:
Bobby Deerfield (Al Pacino), um famoso piloto americano de corridas, disputa prêmios no circuito europeu de velocidade e acaba se apaixona pela enigmática Lillian Morelli (Marthe Keller). Só que sua felicidade não vai durar muito pois infelizmente ela está com uma doença terminal.

Comentários: 
Um filme esquecido do Al Pacino, lançado logo após o grande sucesso de "Um Dia de Cão". No aspecto puramente esportivo não vá esperando por muita coisa. Embora o filme tenha captado o circo da Fórmula 1 da época, o que sempre é interessante para quem é fã desse esporte, esse aspecto não é o que importa no desenvolvimento da história. Esse é na verdade um drama romântico com pitadas de tragédia. Tudo é muito bonito, lindamente fotografado, com aquelas tomadas muito românticas de pôr do sol europeu, mas nada vai muito além disso. Al Pacino está bem e convence plenamente como um Romeu moderno, muito apaixonado pela mulher que ama, mas sabendo que esse, a longo prazo, será um romance simplesmente impossível de se consolidar. Então ele tenta viver o momento, da melhor forma que seja possível. Enfim, bom filme, merece ser recuperado do esquecimento onde se encontra atualmente. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

1900

Título no Brasil: 1900
Título Original: Novecento
Ano de Lançamento: 1976
País: Itália, França
Estúdio: Artemis Films
Direção: Bernardo Bertolucci
Roteiro: Giuseppe Bertolucci, Bernardo Bertolucci
Elenco: Robert De Niro, Gérard Depardieu, Dominique Sanda, Paolo Nicole, Francesco Napoli

Sinopse:
O filme conta a história de dois amigos de infância que vivem na virada do século XIX para o século XX. É um momento de intensa vida política em seu país e eles acabam, com o passar dos anos, ficando em lados opostos dessa visão política da vida. Na luta de classes do começo do século eles acabam em lados opostos, lutando um contra o outro. 

Comentários:
Eu me recordo quando esse filme foi lançado no Brasil em VHS pelo selo CIC nos anos 80. Foi um lançamento badalado porque, apesar de ser um filme antigo, dos anos 70, a crítica se debruçou em elogios e mais elogios. De certa forma foi um dos picos do cinema italiano, que se sentia forte o suficiente para contratar atores de Hollywood, gastando milhões em uma produção requintada. Apesar de tudo isso a favor nunca consegui gostar muito desse filme. Ele tem uma duração excessiva, excesso também de personagens, muitos secundários que entram e somem dentro da história, que muitas vezes é mal conduzida. Além disso o teor da mensagem do roteiro é claramente socialista e muitas vezes o filme se torna panfleto de propaganda da ideologia de esquerda. Enfim, nunca ficou entre os meus filmes preferidos nem do Bernardo Bertolucci e nem muito menos do Robert De Niro. Ao longo de suas carreiras eles fizeram coisa bem melhor. 

Pablo Aluísio.